sábado, 27 de junho de 2009

INAUGURAÇÃO DO CENTRO DE CULTURA POLONESA DE ÁGUIA BRANCA

INAUGURAÇÃO DA "CASA POLONESA" EM ÁGUIA BRANCA - 18 DE FEVEREIRO DE 2006

Zdzislaw MALCZEWSKI SChr

A cidadezinha de Águia Branca está situada na região noroeste do Estado do Espírito Santo. À primeira vista, ela não se distingue em nada das outras pequenas cidades situadas no interior daquele Estado. No entanto um olhar mais atento permite perceber algo especial, característico e singular. Tenho em mente os traços especiais que falam do seu polonismo e das suas raízes polonesas. O próprio nome da localidade já aponta para a presença de imigrantes poloneses e de seus descendentes. Encontramos ali: um cemitério polonês, um museu da imigração polonesa e o conjunto folclórico polonês "Águia Branca". No centro da bandeira municipal encontra-se igualmente a Águia Branca.

A colonização polonesa teve início nessa região do País em 1929. Era uma colonização organizada, dirigida pela Sociedade Colonizadora de Varsóvia. O objetivo da Sociedade Colonizadora era estabelecer - numa área comprada do governo estadual - 1.800 famílias polonesas no decorrer de oito anos.

Viajo novamente a Águia Branca em meados de fevereiro de 2006 em companhia do Prof. Dr. Tadeusz Paleczny (da Universidade Jagiellônica) e de sua esposa Danuta. A alguns quilômetros antes da cidadezinha, estende-se diante de nós uma paisagem pitoresca. Elevações rochosas (que pelo seu formato se assemelham ao famoso "Pão de Açúcar" do Rio de Janeiro), entre as quais se destacam plantações de café e de coco, de vez em quando entremeadas de casarios. Todas as vezes que viajei a essa região, tenho sentido uma espécie de fascinação por aquela terra. O Brasil possui uma grande quantidade de lugares belíssimos em que as belezas naturais predominam. Não sei, no entanto, se aquela região não é a mais bela. Ao menos para mim...

A chegada à cidadezinha concentra a minha atenção. A última vez que ali estive foi há dois anos. Percebo na cidadezinha mais ordem, muitas casas reformadas, além das novas construções que surgiram. No centro da cidade chama a atenção um prédio novo, marcado por uma arquitetura diferente, que se distancia da arquitetura local. Trata-se da "Casa Polonesa", cuja construção imita um solar polonês e que foi erguida pela Associação "Wspólnota Polska" (Comunidade Polonesa) de Varsóvia. Aproximamo-nos então dessa "Casa Polonesa". Percebemos em volta uma grande azáfama. As pessoas se apressam em terminar o gramado, plantar árvores tropicais decorativas e dar os últimos retoques no portão de entrada. A casa está aberta. Por isso entramos, a fim de conhecer esse novo centro polônico. Dentro dele encontramos mulheres sorridentes, de tez morena, que ali predomina. Elas fazem a limpeza da casa. Olhamos superficialmente a construção, a que estão sendo dados os últimos retoques. Ainda voltaríamos até lá... Afinal havíamos viajado a Águia Branca para participar da solenidade da entrega da casa, pelo representante da Associação "Wspólnota Polska", à comunidade polônica local. Em razão disso, são visíveis os sinais de um movimento e de uma animação incomum.

No sábado, 18 de fevereiro de 2006, realiza-se a solenidade da inauguração da "Casa Polonesa". Os organizadores - entre os quais merecem menção os sacerdotes poloneses locais (o pároco - Pe. Zbigniew Czerniak SChr e o vigário - Pe. Aloísio Laimann SChr) e representantes da "Associação Polonesa" local, presididos por Luiz Carlos Fedeszyn - providenciaram que o acontecimento fosse solene, grandioso e majestoso. No convite previamente enviado, encontrava-se detalhado o programa das solenidades. O programa compunha-se de três pontos:

1. Missa solene concelebrada em língua portuguesa. Providenciou-se, no entanto, que certas partes da liturgia fossem em língua polonesa. Entre os fiéis de descendência polonesa que se apinhavam no santuário local, mas também em meio a brasileiros de outras origens congregados em grande número, estavam presentes: O cônsul geral da Polônia no Rio de Janeiro - Sr. Dariusz Dudziak, representante da Associação "Wspólnota Polska"; a Sra. Bárbara Rud - cônsul honorária da Polônia em Vitória; o Sr. Adam Czartoryski e o Prof. Dr. Tadeusz Paleczny acompanhado da esposa. Não faltavam pessoas de descendência polonesa originárias de Águia Branca, mas que atualmente residem em diversas regiões do Estado do Espírito Santo. Reconheço entre elas o Sr. Walter Siepierski, um conhecido industrial naquele Estado, que não hesita em dispor de seus recursos para apoiar diversas iniciativas da comunidade polônica local.

A santa missa é concelebrada por três sacerdotes da Sociedade de Cristo. Pelos sacerdotes locais já citados (Pe. Zbigniew Czerniak e Pe. Aloísio Laimann) e pelo autor destas recordações. Fui convidado pelo Pe. Zbigniew para presidir a liturgia e ser o pregador naquela celebração. Entre as pessoas que participavam da liturgia podiam perceber-se manifestações de dignidade, seriedade e alegria. Desenvolvi a pregação em língua portuguesa com base numa pergunta formulada inicialmente: "Águia Branca, qual foi a tua origem?" Citei dois fatos relacionados com o início na colonização polonesa naquela região. O primeiro - a vinda dos nossos emigrados. As condições extremamente difíceis da viagem. Após a viagem marítima - através do Rio de Janeiro até Vitória - os nossos emigrados viajaram de trem até Colatina. Dali foram transportados em caminhões até Aldeamento dos Índios, localidade situada nas proximidades da atual cidade de Pancas. A seguir, a pé, todos caminharam por uma picada cortada no mato em direção à colônia Monte Claro, onde a Sociedade Colonizadora havia construído previamente para os imigrantes um hotel de três andares. Baseando-me nas lembranças daqueles momentos, que me foram transmitidas por Eduardo Glazar - durante uma visita que anteriormente lhe havia feito em sua casa em São Gabriel da Palha - recordei os sofrimentos, as lágrimas e a decepção dos nossos emigrados quando se defrontaram com a nova realidade. Embora essa colonização fosse diferente das colonizações polonesas no Sul do Brasil (nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná), e ainda que fosse bem organizada pela Sociedade Colonizadora, não livrou o colono polonês do sofrimento e das lágrimas.O segundo fato recordado foi a visita aos colonos poloneses do primeiro padre polonês - o Pe. Inácio Posadzy. Foi justamente ele quem, ao iniciar a sua visita das colônias polonesas situadas no Estado do Espírito Santo, iniciou a sua missão visitando os nossos colonos em Águia Branca. Na encosta do monte, à sombra da mata que balançava, aos pés de um alto cruzeiro de mogno erguido pelos colonos, o Pe. Inácio Posadzy celebrava para eles as missas, pregava sermões, ouvia confissões, celebrava os primeiros batizados e casamentos. Foi assim a origem de Águia Branca. O seu nascimento ocorreu em meio a sofrimentos, ao trabalho pesado e à fé católica vivamente professada. Levando adiante as minhas reflexões, citei o pronunciamento de um dos representantes da comunidade polônica local, que eu tinha ouvido durante a minha primeira visita a Águia Branca: "Fomos esquecidos pela Polônia e pela Igreja polonesa". Naquela ocasião, esse pronunciamento muito me comoveu e atingiu. Após um breve período de independência, a Polônia teve de enfrentar um destino difícil. No entanto a Pátria não esqueceu de seus filhos espalhados pelo mundo. Decorridos mais de setenta anos da vinda dos nossos primeiros colonos, é justamente a Polônia que entrega aqui a seus descendentes a "Casa Polonesa", construída com recursos da Nação polonesa. A Igreja jamais se esqueceu dos seus fiéis. Nos santuários poloneses sempre se elevavam preces pelos emigrados. O cardeal Augusto Hlond, Primaz da Polônia, fundou uma congregação religiosa especial, a Sociedade de Cristo, para que os seus membros servissem aos nossos emigrados e aos seus descendentes. Há alguns anos, são justamente os padres poloneses da Sociedade de Cristo que exercem o ministério pastoral entre os fiéis e os polônicos de Águia Branca. Assim, pois, passados tantos anos, fez-se justiça. A Polônia e a Igreja da Polônia pagaram uma espécie de dívida diante da comunidade polônica local. Essa comunidade pode alegrar-se com a presença e o trabalho dos sacerdotes poloneses em seu seio, bem como por ter recebido da Nação polonesa o presente que se concretiza na recém-construída "Casa Polonesa". Essa Casa deve ser uma espécie de gancho a unir o passado com o futuro. O museu da imigração polonesa, que finalmente - após peregrinar por diversos locais alugados - encontrou nesta Casa um digno local, deve lembrar as dificuldades que os imigrantes poloneses aqui enfrentaram no início. Na Casa devem realizar-se diversos eventos e encontros a fim de preservar toda essa herança polonesa trazida pelos emigrados e Águia Branca. Das iniciativas da "Associação Polonesa" e de toda a coletividade polônica vai depender o bom aproveitamento do presente recebido da Nação polonesa na forma dessa "Casa Polonesa".

No final da missa o cônsul geral da Polônia - Sr. Dariusz Dudziak - entregou a medalha "Pro memoria" a Miecislau Mozol, que, juntamente com outros voluntários de Águia Branca, durante a Segunda Guerra Mundial viajou à Europa a fim de lutar com as Forças Armadas Polonesas no Ocidente.


2. Solenidade da entrega da "Casa Polonesa" à comunidade polônica. Nas primeiras horas do anoitecer inicia-se a inauguração da "Casa Polonesa". Diante do novo prédio reuniu-se um expressivo número de representantes da coletividade polônica, moradores da cidade e descendentes de poloneses vindos de diversas regiões do Estado do Espírito Santo. Entre eles percebo Beatriz Warchalowski, de Vila Velha - neta de um conhecido líder da comunidade polônica brasileira - Casimiro Warchalowski. Não podemos deixar de citar a presença, na solenidade, de representantes das autoridades municipais, estaduais e federais. O cerimonial chamava pelo nome as personalidades presentes para se colocarem diante da fachada da "Casa Polonesa". Foram executados os hinos do Brasil e da Polônia, bem como do município. A seguir diversas pessoas tomaram a palavra. Nos pronunciamentos manifestava-se uma nota de gratidão diante da Associação "Wspólnota Polska" por ter financiado esse empreendimento, significativo não apenas para a comunidade polônica local, mas para toda a região de Águia Branca. Entre os oradores estava também Eduardo Glazar, que veio com seus pais a Águia Branca em 1931 (tendo dez anos de idade). Ele ofereceu às personalidades presentes um livro recentemente publicado em São Gabriel da Palha: "Brava gente polonesa. Memórias de um imigrante, formação histórica de São Gabriel da Palha e expansão do café conilon no Espírito Santo".

O discurso da representante da Associação "Wspólnota Polska" - Sra. Bárbara Rud - foi várias vezes interrompido por tempestuosos aplausos. Ela ofereceu à "Casa Polonesa" um belo gobelim com a Águia Branca, especialmente trazido da Polônia para essa ocasião. Esse presente foi recebido com calorosos aplausos. Seguiu-se o descerramento da placa que a Sra. Bárbara Rud trouxe da Polônia e que apresenta a seguinte legenda: "Centro de Cultura Polônica em Águia Branca, um presente da Nação Polonesa aos compatriotas financiado com recursos do Senado da República da Polônia". O coroamento dessa solenidade foi o corte da fita na porta de entrada da "Casa Polonesa". Segundo o costume brasileiro, ouviu-se nesse momento o estrondo dos fogos de artifício. A seguir estouraram as rolhas de garrafas de champanhe, que foi servido aos presentes, a começar pelas personalidades presentes. Às pessoas reunidas diante da "Casa Polonesa" foram servidas taças de vinho tinto. Os presentes iniciaram a sua visitação da "Casa Polonesa". A eles cabem expressões de reconhecimento, pois, apesar dos muitos discursos, permaneceram até o final da solenidade.


3. Apresentação de conjuntos na cancha esportiva. Após a inauguração da "Casa Polonesa", dirigimo-nos à cancha de esportes. Um grupo de São Gabriel da Palha fez uma apresentação de capoeira. A seguir o conjunto folclórico "Águia Branca" familiarizou o público reunido com a beleza das danças populares polonesas. Durante as apresentações eram servidos salgados e refrigerantes. A maior parte do público era constituída de jovens. A última etapa desse dia foi um baile, que se estendeu até altas horas da noite.

Na minha vida de emigrante no Brasil tenho participado de dezenas de comemorações polônicas no Sul deste fascinante país. Sem querer prejudicar os organizadores de todos esses eventos, estou convencido de que essa solenidade da entrega da "Casa Polonesa" em Águia Branca foi entre elas a mais distinta, comovente e repassada de simpatia.

No que diz respeito à etnia polonesa no Estado do Espírito Santo, a cidade de Águia Branca é um especial ponto de referência nessa questão. É de se esperar que, da mesma forma que para a inauguração da "Casa Polonesa" vieram de várias regiões do Estado muitas pessoas de descendência polonesa, elas também visitarão essa casa quando forem organizados diversos eventos para a promoção da tradição e da cultura polonesa.

Deixei a cidadezinha de Águia Branca com um sentimento de plena satisfação, convencido de que valeu a pena apoiar aquela comunidade polônica nos seus empenhos para que a Associação "Wspólnota Polska" financiasse esse tão importante empreendimento. Tenho a profunda esperança de que a "Casa Polonesa" prestará bons serviços à divulgação e à manutenção da cultura polonesa em Águia Branca.

Quando visito Águia Branca, a belíssima paisagem daquele local muito me fascina. No entanto a história, o mosaico e a vitalidade dessa coletividade polônica específica de Águia Branca são mais fascinantes ainda. Os imigrantes poloneses que colonizaram aquela região estiveram muito afastados das demais aglomerações polonesas. Nessas condições, foram forçados a uma assimilação mais rápida que a de seus compatriotas estabelecidos no Sul do Brasil. Através dos matrimônios contraídos, os poloneses e seus descendentes ingressavam em novas constelações étnicas. Assim se moldou o belíssimo mosaico da coletividade polônica de Águia Branca. Os casamentos de poloneses com brasileiros de outras origens, inclusive negros e índios, produziram o fruto de um novo brasileiro que se identifica com suas raízes polonesas.
Foi bom que essa comunidade polônica, tão diferente, mas ao mesmo tempo culturalmente mais rica, tenha contado com a resposta positiva da parte da Associação "Wspólnota Polska", que em nome da Nação Polonesa presenteou-a com a bela e funcional "Casa Polonesa". Essa casa será com certeza uma casa aberta a todos aqueles que são caros os valores da herança polonesa, que em Águia Branca fixaram raízes profundas. Oxalá isso perdure por muito tempo... para o bem da simbiose cultural polono-brasileira.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

STO LAT( COM TRADUÇÃO)

ALGUMAS FAMILIAS POLONESAS RESIDENTES EM ÁGUIA BRANCA,ES, NAS FESTAS DE ANIVERSÁRIO CANTAM O STO LAT.
É O PARABÉNS EM POLONÊS.
MUITOS ATÉ O FAZEM SEM CONHECER O QUE SIGNIFICA.

REPETEM O QUE OUVIRAM NA ESPERANÇA DE QUE MESMO SEM SABER O QUE ESTÁ CANTANDO MANTÉM A SUA POLINIDADE.

EIS O STO LAT COM TRADUÇÃO:
Sto Lat Sto Lat
Cem anos, cem anos
Niech zyje zyje nam
Vamos viver, viver
Sto Lat Sto Lat
Cem anos, cem anos
Niech zyje zyje nam
Vamos viver, viver
Jeszcze raz Jeszcze raz
Mais uma vez, mais uma vez
Niech zyje zyje nam
Vamos viver, viver
Niech zyje nam
vamos viver

quinta-feira, 28 de maio de 2009

CENTRO DE CULTURA POLONESA DE ÁGUIA BRANCA= ATIVIDADES REALIZADAS EM 2006

ASSOCIAÇAO POLONESA DE ÁGUIA BRANCA
CENTRO DE CULTURA POLONESA DE ÁGUIA BRANCA
AVENIDA JOÃO QUIUQUI- CENTRO
29.795-000 – Águia Branca
Espírito Santo – Brasil
casapolonesadeaguiabranca@bol.com.br ou fedeszen@hotmail.com

1)INAUGURAÇÃO DO CENTRO DE CULTURA POLONESA DE ÁGUIA BRANCA

-18/02/2006
-Celebração da Santa Missa, Sessão solene de inauguração com a participação da representante da Wósponolta Polska Srª Bárbara Rud, Prefeito Municipal, Cônsul Geral do :Consulado do Rio de Janeiro Sr Dariusz Dudziaki ,Cônsul Honorário do Espírito Santo, Secretários Municipais, Vereadores, Padres., Diretoria da Associação Polonesa de Águia Branca e o povo em geral do próprio município, municípios vizinhos e outros estados.
Logo após, aconteceu um baile festivo.

2) RESGATE DA CULINÁRIA POLONESA

Meses de abril, junho, setembro e novembro
Participação das pessoas aprendendo a fazer comidas típicas polonesas que havia sido esquecidas e não mais eram feitas nas famílias de descendência polonesa. Sempre após os encontros foram realizados momentos de confraternização onde foram degustadas as comidas feitas pelos participante

3) IV FESTA DO IMIGRANTE POLONÊS

07 e 08 de outubro
Após muitos anos sem ser realizada o Centro de Cultura Polonesa resgatou a Festa do Imigrante Polonês.
Foi feita uma grande programação onde participaram pessoas de várias cidades do país e do próprio município.
A programação contou com o lançamento do Livro Brava Gente Polonesa de autoria do Sr Eduardo Glázar, Apresentação de Grupos folclóricos de várias Etnias, Barracas com comidas típicas polonesas e brasileiras, festival de concertina, baile, celebrações e sorteios.
Além de autoridades locais e de outros estados estima-se um público de 4.500 pessoas.

4) PINTURA DE OVOS DE PÁSCOA(PISANKA)
Duas semanas antes da Páscoa
Encontro com as crianças e adolescentes para resgatar a prática de pintura dos ovos de páscoa que no início da imigração eram praticados pelas famílias e havia caído no esquecimento.

5)AULAS PARA O APRENDIZADO BÁSICO DA LINGUA POLONESA
Nas 2ª feiras de cada semana
- Foram ministradas aulas para o aprendizado básico da língua polonesa para crianças, adolescentes e adultos. Houve participação significativa de descendestes e não descendentes.

6) COMEMORAÇÃO DO DIA 03 DE MAIO
Os poloneses e descendentes se reuniram para comemorar o Dia 03 de maio. Foi um momento de celebração, confraternização e festivo.

7) O CENTRO DE CULTURA POLONESA SE TORNOU UM ESPAÇO DE TODOS

A sede do Centro de Cultura Polonesa É cedido à comunidade e seguimentos da sociedade em geral para seus encontros, seminários, foruns, etc. O espaço tem sido bem aproveitado e a comunidade ganhou um local onde pode realizar seus eventos.

8) MUSEU DO IMIGRANTE POLONÊS.
Está instalado no Centro de Cultura Polonesa e recebeu em 2006 2.876 visitantes, inclusive da Polonia, Estadoa Unidos, Inglaterra, Canadá e Argentina.
As visitas feitas por grupos é antecipada pela exibição de videos sobre a imigração polonesa em Águia Branca.


9) Encontro com o Sr Vice-Cônsul do Consulado do Rio de Janeiro para tratar do tema de como se obter a cidadania polonesa
27/10/2006
-

10) Bazar com Produtos Poloneses
Dezembro
Pela primeira vez na sua história os poloneses, descendentes e outras pessoas que desejaram, de Águia Branca tem à sua disposição produtos da culinária polonesa.
Tais produtos são adquiridos na feira da providência no Rio de Janeiro e são repassados, através de um bazar, aos que desejarem, dando-lhes assim a oportunidade de conhecerem e degustarem várias qualidades de produtos até então desconhecidos por muitos.

INFORMAÇÕES SOBRE COMO OBTER A CIDADANIA POLONESA

CONSULADO GERAL DA REPÚBLICA DA POLÔNIA NO RIO DE JANEIRO




* INFORMATIVO *

PROCESSO DE CONFIRMAÇÃO
DA CIDADANIA POLONESA








I. Procedimentos para a confirmação da cidadania polonesa...... 2
II. Perguntas mais freqüentes..................................................... 7
III. Exemplos de históricos familiares.......................................... 9
IV. Lista de documentos.............................................................. 12
V. Endereços úteis...................................................................... 13
VI. Figura 1 – Família A............................................................... 14
VII. Figura 2 – Família B............................................................... 15

I. PROCEDIMENTOS PARA A CONFIRMAÇÃO
DA CIDADANIA POLONESA

Enquanto a lei de cidadania brasileira é baseada nas regras ius solis (lei de solo) e ius sanguinis (lei de sangue), sendo o local de nascimento e a descendência fatores decisivos na obtenção da cidadania, a lei de cidadania polonesa é baseada na regra ius sanguinis (lei de sangue), o que significa que o direito à cidadania polonesa passa, de princípio, de pai para filho.

O local de nascimento é indiferente na questão de cidadania polonesa e não há limite de gerações para as quais a cidadania pode ser passada, então, se você tem origem polonesa, existe a possibilidade de que tenha direito também à cidadania polonesa, desde que, cumpridas as exigências quanto à lei vigente.

O processo de confirmação de cidadania polonesa é um procedimento administrativo, baseado na legislação vigente e antiga. É considerada sempre a situação jurídica no momento do acontecimento da história familiar;
Ex: nascimento do ancestral, saída do ancestral da Polônia, naturalização brasileira, serviço militar, etc.
Até hoje a Polônia possui três leis sobre a cidadania, sendo elas:

1ª Lei: 20 de janeiro de 1920
Foi a lei introduzida pouco depois que a Polônia recuperou sua independência (11/11/1918), que estabeleceu a cidadania polonesa para toda pessoa que nasceu e morou no território polonês no momento da proclamação de País Independente. Foi a mais rígida das leis (porém, não mais rígida do que outras leis européias da época). Permitia a herança da cidadania somente pelo lado paterno e havia também, várias situações e circunstâncias nas quais perdia-se o direito à cidadania.

2ª Lei: 8 de janeiro de 1951
A mudança mais importante foi a introdução da possibilidade de herança de cidadania pelo lado materno, igualmente como pelo lado paterno. Também, limitaram-se as situações nas quais a perda de cidadania era automática.


3ª Lei: 15 de fevereiro de 1962
É a lei sobre a cidadania polonesa que está em vigor. Define que a cidadania se adquire pelo nascimento de ao menos um dos pais poloneses. Para tanto, um dos pais deveria ter esta nacionalidade na hora de nascimento do filho.
A única maneira de se perder a cidadania é através da autorização do Presidente da República da Polônia para poder desistir da cidadania polonesa. (Ex: a fim de se obter outra nacionalidade – a de um país que exige a desistência das cidadanias anteriores).

Seguem abaixo, as etapas do processo para a confirmação de cidadania polonesa
e, em conseqüência, a obtenção do passaporte polonês:

ETAPA 1: Documento Básico
Todo processo de confirmação de cidadania polonesa deve começar pela geração que chegou da Polônia. O mais importante é informar-se sobre quem e em que data chegou da Polônia.
Após isto, será necessário fornecer o documento polonês do ancestral, ou seja, documento básico, para confirmação de cidadania polonesa, conforme um dos seguintes casos:

1º - Se o ancestral chegou ao Brasil antes de 1918.
Conforme a primeira lei polonesa sobre cidadania (1920), depois da recuperação de independência da Polônia (11/11/1918), eram automaticamente considerados cidadãos poloneses:

1 – As pessoas que nasceram na Polônia e no momento da proclamação da independência (11/11/1918), residiam em território polonês;

2 – As pessoas nascidas na Polônia, residentes no exterior e que efetuaram o seu registro junto a uma repartição diplomática ou consular polonesa, no país de residência.

Neste caso, o único documento que pode comprovar a cidadania polonesa é:
 Comprovante do registro efetuado no Consulado Polonês a partir de 1920.

Como a divulgação de informações naquela época era muito precária, poucas pessoas efetuaram o referido registro, o que faz com que este documento seja muito raro.

2° - Se o ancestral chegou ao Brasil depois de 1918.
Neste caso, será necessário fornecer pelo menos um dos seguintes documentos do ancestral direto, emitido pelas autoridades polonesas:
 Paszport (Passaporte Polonês);
 Dowód Osobisty (Carteira de Identidade Polonesa);
 Książeczka Wojskowa (Carteira Militar Polonesa);
 Wyciąg z Księgi Ludności (Extrato de Registro Civil Polonês);
 Poświadczenie Obywatelstwa Polskiego (Confirmação de cidadania polonesa).
Estes são os únicos documentos que podem comprovar
a cidadania polonesa para o ancestral direto.

NÃO SERVEM COMO PROVA DE CIDADANIA POLONESA
• Certidões de nascimento ou casamento (sejam estes documentos poloneses ou brasileiros);
• Nenhum documento emitido no Brasil, inclusive Carteira de Estrangeiro,
mesmo se neste constar nacionalidade/naturalidade polonesa da pessoa.

Sem um dos documentos mencionados nos casos 1 e 2,
o processo de confirmação de cidadania não poderá ser iniciado!
Se você possuir um dos documentos básicos acima mencionados,
poderá passar para a ETAPA 2.

ETAPA 2: Herança da Cidadania
Em posse do documento básico do seu ancestral, poderá ser dado início ao processo de confirmação de sua cidadania, contudo, ainda antes disto, será necessário verificar se este direito passou para você.
Verifique nos dois itens abaixo, qual seria o seu caso:



1 – pessoas nascidas antes de 8 de janeiro de 1951:
Até entrar em vigor a segunda lei polonesa sobre cidadania (08/01/1951), a cidadania poderia ser herdada somente do lado paterno. Isso significa que se você
nasceu antes de 1951, de mãe polonesa e pai de outra nacionalidade, não tem direito à cidadania polonesa (mesmo se seus irmãos e irmãs o tenham).

Atenção: Esta regra aplica-se para todas as gerações desde a chegada do ancestral no Brasil. Você terá que verificar, passo a passo, se todas os seus ancestrais herdaram a cidadania.
(Veja também: parte III ”Exemplos de históricos familiares”)

2 – pessoas nascidas depois de 8 de janeiro de 1951:
A partir desta data, passou a vigorar uma lei mais liberal sobre a cidadania polonesa, onde os filhos herdam automaticamente a cidadania polonesa do pai ou da mãe.


Se você verificou que a cidadania polonesa passou por todas as gerações, desde quem chegou ao Brasil até você, poderá passar para a ETAPA 3.


ETAPA 3: Documentação auxiliar
O processo de confirmação de cidadania polonesa inclui todas as gerações desde a chegada ao Brasil. O processo começa sempre pela pessoa da geração mais antiga e poderá incluir todas as demais gerações interessadas. A documentação auxiliar inclui os documentos exigidos pela lei polonesa vigente e também os documentos brasileiros.

1° - Documentação exigida pela lei polonesa:
a) Carta de pedido individual para iniciar o processo de confirmação de cidadania (modelo fornecido);
b) Histórico Familiar (breve biografia familiar e individual), contendo as informações sobre as origens da pessoa (quem e quando chegou da Polônia etc.), os fatos básicos individuais (nascimento, casamento, filhos etc.) e informações sobre suas ligações com a Polônia;
c) Questionário - Kwestionariusz Paszportowy, fornecido pelo Consulado,
d) Declaração de não desistência da cidadania polonesa, conforme um dos casos abaixo:
• Declaração de que nunca desistiu da cidadania polonesa e que desde sua saída da Polônia, não adquiriu outra cidadania;
• Declaração de que nunca desistiu da cidadania polonesa e adquiriu a cidadania brasileira por nascimento;
• Declaração de que nunca desistiu da cidadania polonesa e naturalizou-se brasileiro (informar a data);
• Declaração de que desistiu da cidadania polonesa (informar a data).
Obs.: Todos os documentos devem ser escritos ou preenchidos em polonês (a mão, ou datilografados), e assinados individualmente.

O menor não precisa fornecer os documentos acima mencionados.
Caso no processo estejam incluídos menores de idade, será necessário fornecer uma declaração do pai ou responsável legal, que não seja de cidadania polonesa, de que não se opõe ao fato de que o menor receberá a cidadania polonesa.
Se o menor já tiver 16 anos completos, também deverá fornecer tal declaração.

2° - Documentação brasileira:
a) Certidão de nascimento;
b) Certidão de casamento;
c) Fotocópia autenticada da carteira de identidade ou de identidade de estrangeiro, emitida pelas autoridades brasileiras;
d) Uma foto 4x5cm, de meio perfil esquerdo, com a orelha aparente, colorida, sem óculos;
e) Certidão de óbito dos ancestrais falecidos incluídos no processo.

Obs.: Todas as certidões devem ser acompanhadas de tradução juramentada.

Como houve também outras restrições quanto à herança de cidadania, será necessária a apresentação de documentos e informações complementares como:
 Certidão de naturalização ou certidão negativa de naturalização brasileira do ancestral (ancestrais) que chegou (chegaram) ao Brasil;
 Documento ou declaração referente à prestação de serviço militar no exército polonês e/ou brasileiro do ancestral (ancestrais);
 Declaração sobre o trabalho em instituições públicas brasileiras de caráter administrativo ou judicial (prefeitura, polícia etc.), do ancestral (ancestrais).
Quando a documentação estiver completa e correta, o que será confirmado única e exclusivamente pelo Consulado competente, você poderá efetuar o pagamento da taxa consular pela verificação de cidadania e o processo será enviado à Polônia.

Obs. 1: Enquanto o processo estiver em trâmite, o órgão competente na Polônia (Urząd Wojewódzki), poderá solicitar outros documentos e/ou informações complementares.

Obs. 2: O Consulado é somente um intermediário no processo de confirmação de cidadania, sendo assim, não é de sua competência emitir qualquer decisão a este respeito, bem como, não pode garantir o resultado, isto porque não tem acesso às informações sobre a família que possam constar nos arquivos na Polônia e influir na seqüência de herança de cidadania.

Obs. 3: A taxa consular cobre os custos administrativos e não será devolvida, independente do resultado do processo.


II. PERGUNTAS MAIS FREQÜENTES:

1. Com que grau de parentesco e até qual geração pode-se obter a cidadania polonesa?
Só os descendentes diretos podem solicitar a confirmação da cidadania.
Não existe limite de gerações desde que cumpridas as exigências enquanto à documentação e lei vigente.

2. Quanto tempo demora até sair a decisão referente ao processo de confirmação de cidadania polonesa?
Visto o número crescente de pedidos oriundos do mundo inteiro, o processo é demorado. Em média demora dois anos a partir do momento em que a documentação completa for enviada à Polônia, podendo variar dependendo do grau de complexidade (ex. número de gerações desde a chegada ao Brasil), da documentação (ex. quanto mais rica melhor), e da região de onde chegaram os ancestrais.


3. Como posso saber se meus ancestrais fizeram o registro no consulado polonês?
Se nenhum documento válido foi resgatado na família, o mais provável é que o registro também não tenha sido feito. Os arquivos da época, com registros efetuados no Consulado da Polônia no Rio de Janeiro são guardados no Consulado e a existência deste pode ser verificada.

4. E se eu sei que o meu ancestral tinha direito à cidadania polonesa, mas não sobrou nenhum documento daquela época que o comprove, existe a possibilidade de conseguir a segunda via do passaporte antigo?
Não existe a possibilidade de emitir a segunda via dos documentos poloneses antigos. Porém, pode acontecer que os documentos antigos sejam guardados nos arquivos do Consulado Polonês (que poderá ser verificado) ou na Polícia Federal brasileira. Também pode acontecer que os documentos que comprovam a cidadania polonesa constem nos arquivos na Polônia, porém, esta situação é muito rara e só poderá referir-se às pessoas que chegaram depois de 1918. Neste caso, a possibilidade de dar entrada ao processo seria decidida individualmente.

5. Com a cidadania polonesa eu tenho direito ao ”passaporte europeu”?
Todo país - membro da União Européia - emite o seu próprio passaporte nacional e não existe nenhum documento único chamado: “passaporte europeu”.

6. E se os meus ancestrais, antes de chegar ao Brasil, moraram em outros países:
De princípio, isso não interfere no processo, mas pode dificultá-lo, pois será necessário fornecer os documentos dos outros países e as informações referentes àquela parte da história da família.

7. Tenho a certidão de nascimento do meu bisavô, obtida dos arquivos poloneses. Como eu prossigo agora para requerer a minha dupla cidadania?
A certidão de nascimento, sendo polonesa ou brasileira com a anotação ”natural da Polônia”, não comprova a cidadania, isso por que a lei sobre a cidadania polonesa (também como a da maioria dos países europeus) é baseada na regra ius sanguinis (lei de sangue). O fato de nascer em território polonês é indiferente na questão de direito à cidadania polonesa.

8. Posso confirmar a minha cidadania polonesa somente com os documentos do meu avô, sem incluir o meu pai?
O procedimento deve começar pela geração que chegou ao Brasil. Os documentos do avô podem comprovar perfeitamente a cidadania do neto, só que a documentação do pai deve ser incluída para se verificar se não houve nenhuma interrupção na herança.
Em casos excepcionais (um dos ancestrais diretos desapareceu, não mantém contato, etc.) pode-se omitir uma geração, mas os documentos básicos (certidão de nascimento, casamento), têm que ser incluídos. Porém isso pode complicar, prolongar e até mesmo resultar na impossibilidade de emissão de qualquer decisão.

9. E se eu descobrir algum parente na Polônia? Isso ajuda alguma coisa?
O fato de ter parentes na Polônia não ajuda ao processo, bem como, não constitui nenhuma prova de cidadania. Porém, os parentes podem lhe ajudar na procura de documentos nos arquivos ou passar mais informações sobre a história da família.


III. EXEMPLOS DE HISTÓRICOS FAMILIARES

Família “ A ”

Andrzej nasceu em 1890, na cidade de Tymbark, que naquela época fazia parte do Império Austro-Húngaro, teve quatro filhos:
1º - Bernard nasceu em 1915.
Os dois tornaram-se cidadãos poloneses com a Lei de 1920.
2ª - Cecylia nasceu em 1920 e herdou a cidadania polonesa do pai.
Em 1923, Andrzej e seus filhos imigraram para o Brasil.
3º - Dionísio nasceu em 1925.
4ª - Eugênia em 1930.
Todos os quatro filhos herdaram a cidadania polonesa do pai,
independente do local de nascimento.

• Bernard (1º) teve dois filhos: Fernando (1940) e, Gisela (1945).
Os dois herdaram a cidadania polonesa do pai.


• Cecylia (2ª) teve dois filhos: Henrique (1950) e, Inês (1955).
Como até 1951, a cidadania polonesa podia ser herdada somente pelo lado paterno, o Henrique não adquiriu a cidadania, mas, Inês sim.

• Dionísio (3) teve uma filha: Janice (1945).
Ela herdou a cidadania polonesa do pai.

• Eugênia (4º) teve três: Leocádia (1950), Maurício (1955), Nádia (1960).
Leocádia não herdou a cidadania polonesa, enquanto Maurício e Nádia, sim.

O “Documento Básico” para todos os descendentes diretos da FAMÍLIA A é o passaporte polonês do Andrzej, no qual também são inscritos Bernard e Cecylia. Estão requerendo a cidadania polonesa os seguintes membros da FAMILIA A:

• Orlando nascido em 1970 (filho de Gisela):
Quem deverá dar entrada ao processo é Gisela, como o ancestral direto, vivo, mais velho e deverá apresentar o ”Documento Básico (etapa 1)” do seu pai, Bernard que, como saiu da Polônia menor de idade, deve estar registrado no passaporte do Andrzej. No processo poderão também serem incluídos os filhos de Orlando. Todos neste caso herdaram a cidadania polonesa.

• Pedro nascido em 1975 (filho de Henrique):
O processo deverá começar pela sua avó, a Cecylia, com o ”Documento Básico (etapa 1)” do Andrzej, para comprovar sua cidadania. Porém, o Henrique, nascido em 1950, não poderá herdar a cidadania polonesa da mãe e a seqüência foi interrompida. O Pedro não tem direito à cidadania polonesa.
Obs.: Inês, irmã de Henrique, tem direito à cidadania.

• Roberta nascida em 1965 (filha de Janice):
A entrada do processo será dada pelo seu avô, Dionísio, com o ”Documento Básico – Etapa 1”. A cidadania passa para Janice e dela para Roberta que nasceu depois de 1951, quando já era possível herdar a cidadania também pelo lado materno.



• Simone nascida em 1970 (filha da Leocádia):
A entrada do processo será dada pela sua avó, Eugenia, que herdou a cidadania polonesa de seu pai, Andrzej. Porém, ela não passou a cidadania à Leocádia e a seqüência foi interrompida. Simone também não tem direito.

• Mauricio nascido em 1955 (filho de Eugenia)
Como nasceu depois de 1951, Mauricio tem direito à cidadania.

• Tiago nascido em 1980 (filho de Nádia):
A entrada do processo será data pela sua avó, Eugenia, que a passa para sua filha Nadia que nasceu depois de 1951 e esta passa para Tiago.


Família “ B “

Os irmãos gêmeos, Piotr e Pawel, nasceram em 1880 em Zambrów, naquela época sob domínio do Império Russo. Com 25 anos de idade, em 1905 chegaram ao Brasil.
Na época, a Polônia não era um país independente e por isso, os irmãos eram considerados cidadãos russos e vieram com passaportes daquele país. Em 1910 nasceu a única filha do Piotr, Anna e no mesmo ano, a única filha do Pawel, Alicja.
Em 1920 Piotr efetuou o seu registro e de sua filha, Anna, no Consulado Polonês em Curitiba e, consequentemente foram considerados cidadãos poloneses. Enquanto Pawel, por morar longe de uma repartição consular polonesa, não o fez.
• Anna casou-se com um brasileiro e tiveram quatro filhos:
Carlos (1935), Maria (1940), Luiz (1945) e Gustavo (1955).
• Alicja tinha dois filhos: Felipe (1945) e Janina (1952)

Dos filhos de Anna, somente Gustavo e seus filhos têm direito à cidadania polonesa. Os outros irmãos, como nasceram antes de 1951, não herdaram a cidadania da mãe.
Nenhum descendente direto de Pawel, nem ele mesmo, não têm direito à cidadania polonesa, devido a não ter efetuado o registro na época própria.




LISTA DE DOCUMENTOS
1. ANCESTRAL, que veio da Polônia:
quando vivo:
• Documento Básico;
• Certidão de Nascimento;
• Certidão de Casamento;
• Carteira de Estrangeiro válida ou, Carteira de Identidade Brasileira e Certidão de Naturalização;
• Questionário + Foto (4x5);
• Declaração de não Desistência da Cidadania Polonesa;
• Carta de pedido;
• Histórico Familiar.

quando falecido:
• Documento Básico;
• Certidão de Nascimento;
• Certidão de Casamento;
• Certidão de Óbito;
• Certidão Positiva ou Certidão Negativa de Naturalização.
*Obs.: No caso das pessoas que completaram 18 anos antes de 1951 é necessário providenciar as seguintes informações (em forma de uma declaração da própria pessoa, ou, se for já falecida, de um dos familiares incluídos no processo):
• Se prestou serviço militar no exercito brasileiro e quando. Caso positivo, apresentar documentação comprobatória;
• Se trabalhou em uma instituição pública brasileira, e quando.

2. PARTICIPANTES:
quando vivos:
• Questionário + uma foto (4x5);
• Carta de Pedido;
• Declaração não Desistência da Cidadania Polonesa;
• Histórico Familiar;
• Certidão de Nascimento;
• Certidão de Casamento;
• Copia da Carteira de Identidade.
quando falecidos:
• Certidão de Nascimento;
• Certidão de Casamento;
• Certidão de Óbito;
• Copia do último documento de identidade.
menores de 16 anos:
• Certidão de nascimento;
• Declaração dos pais (quem não for participante), de que não se opõe que o(a) filho(a) tenha a cidadania polonesa confirmada (assinada e com firma reconhecida).
maiores de 16 anos e menores de 18anos:
• Certidão de nascimento;
• Declaração dos pais (quem não for participante)
• Declaração de Concordância de Confirmação da Cidadania Polonesa.

ENDEREÇOS ÚTEIS

1) Tradutores:
• Pe. Jorge Morkis - (41) 3223-0561 (Curitiba)
• Marian Kurzac - (41) 3327-2166 e 3346-1358 (Curitiba)
• Bárbara Kowalczyk - (51) 3331-7792 (Porto Alegre)
• Tomasz Lychowski - [21] 2541-4468 [Rio de Janeiro]
Aconselhamos ao interessado de consultar-se com o Consulado competente para a verificação preliminar da documentação.
2) Para solicitar a certidão positiva ou negativa de naturalização:
• Ministério da Justiça - Divisão da Nacionalidade e Naturalização - DNN
Esplanada dos Ministérios, Anexo 2, 3º andar - sala 313
70064-901 Brasília – DF
Fone: (061) 429-3159
Site: www.mj.gov.br
Item “estrangeiros” - tópico “naturalização”
depois: “certidão de naturalização” ou “certidão negativa”.

3) Para tentar localizar os dados sobre os ancestrais:
• Divisão de Documentação Escrita do Arquivo Nacional - Sala de Consultas
Rua Azevedo Coutinho, 77
20230-170 Rio de Janeiro – RJ
Fone: (21) 3806-6135 Fax (21) 2242-5494
Site: www.arquivonacional.gov.br
e-mail: acesso@arquivonacional.gov.br

• Secretaria do Estado da Cultura
Museu do Imigrante
Rua Visconde de Paranaíba 1316
03164-300 São Paulo - SP
Fone: (11) 6692-1866 Fax (11) 6693-1446
Site: www.memorialdoimigrante.sp.gov.br e-mail: imigrant@plugnet.com.br

4) Para curiosidade sobre genealogia:
www.projetoimigrantes.com.br www.ui.jor.br/polaco.htm www.sarmata.com.pl

5) Consulado Geral da República da Polônia
Praia de Botafogo, 242 9° andar
22250-040 Rio de Janeiro – RJ
Fone: (21) 2551-8088 Fax (21) 2552-5093
Atendimento: das 09:00 hr. às 13:00 hr. (com hora marcada)
e-mail: riodejaneiro@polonia.org.br
cgrprio@veloxmail.com.br


FIGURA 1 - Exemplo Família A (genealogia)

















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FIGURA 2 - Exemplo Família B (genealogia)








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quarta-feira, 27 de maio de 2009

RECEITA DE UMA DELICIOSA COMIDA POLONESA CHAMADAGOŁĄBIK

RECEITA DE UMA DELICIOSA COMIDA POLONESA CHAMADA GOŁĄBIK
(LÊ-SE GOUOMBIK)
EM ÁGUIA BRANCA ELA É FEITA COM VARIAÇÕES EM CADA FAMILIA.
ESTA NOS FOI DITADA POR DONA STANISLAWA JACENTICKI E SUA FILHA MARIA HELENA.
NÓS PRÓXIMOS NÚMEROS PUBLICAREMOS OUTRAS RECEITAS.

INGRIDIENTES:
- 1 CABEÇA DE REPOLHO GRANDE
- 1 KG DE ARROZ
- CEBOLA DE CABEÇA
- ALHO
- SALSA, CEBOLA, FUNCHO
- CALDO DE CARNE
- CARNE MOIDA DE BOI, DE PORCO OU PEITO DE FRANGO DESFIADO.
- UM POUCO DE FARINHA
- PIMENTA A GOSTO
-SAL

MODO DE PREPARO

- COZINHE O ARROZ E RESERVE
- REFOGUE A CARNE COM SAL, A CEBOLA DE CABEÇA, ALHO, CALDO DE CARNE E PIMENTA A GOSTO.
APÓS DE REFOGADO, JOGUE SOBRE O ARROZ COZIDO. MISTURE BEM.
SALPIQUE O TEMPERO VERDE E CONTINUE MISTURANDO.
SE DESEJAR PODE ACRESCENTAR UM POUCO DE ALHO CRU.
- ESCALDE A FARINHA COM ÁGUA FERVENDO E MISTURE AO ARROZ PARA QUE TODOS OS INGRIDIENTES FIQUEM CONSISTENTES. RESERVE.
NUMA PANELA GRANDE, COLOQUE A CABEÇA DE REPOLHO COM ÁGUA, ESPERE FERVER PARA MURCHAR AS FOLHAS.

- APÓS PERCEBER QUE AS FOLHAS ESTÃO MURCHAS , RETIRE AS 4 OU 5 PRIMEIRAS PARA FORRAR A PANELA ONDE SERÁ FINALIZADA A RECEITA.

RETIRE AS DEMAIS FOLHAS, NA QUANTIDADE NECESSÁRIA, E COM O MARTELINHO DE BATER FIFE( LADO LISO) QUEBRE AS NERVURAS PARA FACILITAR QUANDO FOR ENROLAR.

FAÇA BOLINHOS DE ARROZ, QUE POSSIBILITE SER ENROLADO NA FOLHA DE REPOLHO E COLOQUE-OS NUMA PANELA, CUJO FUNDO DEVE SER FORRADO COM AS PRIMEIRAS FOLHAS DE REPOLHO QUE FORAM RETIRADAS.

COLOQUE A PANELA COM OS GOŁĄBIK NO FOGO. VÁ PINGANDO ÁGUA PARA QUE FIQUEM COZIDOS. CUIDE PARA QUE NÃO ENSOPE. A ÁGUA DEVE SER PINGADA.

VERIFIQUE O COZIMENTO COM O GARFO.

ASSIM QUE PERCEBER QUE ESTÃO COZIDOS, DESLIGUE OU ABAIXE O FOGO. FAÇA UM MOLHO DE TOMATE, A SEU GOSTO, JOGUE NO MEIO DOS GOŁĄBIK E TAPE A PANELA ATÉ QUE O MOLHO SE ESPALHE BEM ENTRE OS GOŁĄBIK.

SIRVA ACOMPANHADO COM GALINHA CAIPIRA.
OBS: QUANDO UTILIZAR PEITO DE FRANGO USE A ÁGUA DA FERVURA PARA ESCALDAR A FARINHA

IX FESTADO IMIGRANTE POLONÊS- SIMPÓSIO

ÁGUIA BRANCA - ES
Simpósio Brasil – Polonia: 2 de maio de 2009 (sábado)
140 anos de emigração polonesa ao Brasil
e 80 anos de colonização polonesa em Águia Branca-ES

Tema: “Poloneses no Brasil: heranças e desafios”

Programa:
Recepção e boas vindas.
I. Seção de trabalho, das 9,00 às 12,00 h
Moderador: Prof. Dr. Henryk Siewierski
· Prof. Ms. Mariano Kawka – Uniandrade – Curitiba
“A imigração polonesa no Brasil – 140 anos”
· Profa. Dra. Cláudia Regina Kawka Martins – Colégio Militar de Curitiba
“O Brasil apresentado aos emigrantes/imigrantes poloneses”
· Prof. Dr. Henryk Siewierski – Universidade de Brasília (UnB)
“Polônia e Brasil: Laços históricos e culturais”
Debate aberto. Introdução de Moderador

Intervalo – almoço

II. Seção de trabalho, das 14,00 às 17,00
Moderador: Prof. Ms. Mariano Kawka
· Prof. Dr. Tadeusz Paleczny – Universidade Jagiellônica – Polônia
“O caso brasileiro: processo de formação nacional ou fenômenos de latino-
americanização?”
· Pe. Dr. Zdzislaw Malczewski SChr – redator da revista “Projeções” – Curitiba
“Os polônicos em Águia Branca atualmente: Análise de uma pesquisa”
Debate aberto. Introdução de Moderador

Encerramento – Reflexão final

IX FESTA DO IMIGRANTE POLONÊS EM ÁGUIA BRANCA - ES-

ASSOCIAÇÃO POLONESA DE ÁGUIA BRANCA
AGUIA BRANCA- ES


CONVITE


A ASSOCIAÇÃO POLONESA DE ÁGUIA BRANCA, TEM A HONRA DE CONVIDAR VSªe ILMª FAMILIA PARA PARTICIPAREM DA “ IX FESTA DO IMIGRANTE POLONÊS” e “80 ANOS DA IMIGRAÇÃO POLONESA E FUNDAÇÃO DE ÁGUIA BRANCA” QUE SERÁ REALIZADA NOS DIAS 01-02 E 03 DE MAIO DE 2009, EM FRENTE A CASA POLONESA DE ÁGUIA BRANCA, COM A SEGUINTE PROGRAMAÇÃO:

DIA 01 SEXTA-FEIRA:
- 19:00 HORAS- ABERTURA DA FESTA
- 19:30 HORAS- APRESENTAÇÃO DE GRUPOS FOLCLÓRICOS
- 21:00 HORAS- WANDERLEI DOS TECLADOS E BANDA
- 00;00 HORAS- BANDA AGITAÇÃO.
X-X-X-X-X-X-X-X
DIA 02- SÁBADO:
-09:00HORAS ÀS 17:00 HORAS= REALIZAÇÃO DE UM SIMPÓSIO COM O TEMA: POLONESES NO BRASIL: Heranças e desafios.
Este Simpósio será ministrado por Professores Mestres
Doutores das Universidades de Brasília, Curitiba, São Paulo e da Universidades de Jaglonska ,Polônia.
A participação é gratuita e será fornecido certificado de participação.
As inscrições para o seminário serão feitas por email: casapolonesadeaguiabranca@bol.com.br,inezpozzatti@hotmail.com ou pelo telefone (27)99634765 até o dia 27 de abril.
O local do simpósio será o Auditório Municipal.

18:00 HORAS: MISSA CELEBRADA PELO BISPO DIOCESANO D. ZANONI
PARTICIPAÇÃO DE OUTROS PADRES POLONESES E
BRASILEIROS
19:00 HORAS: REABERTURA DAS BARRACAS
19:30 HORAS: APRESENTAÇÃO DE GRUPOS FOLCLÓRICOS
21:00 HORAS: SEDUÇÃO DO FORRÓ
00:00 HORAS: CUBA LIBRE

0BS: A entrada no sábado será a doação de um Kg de alimento ou de roupas usadas para a Pestalozzi de Águia Branca.
X-X-X-X-X-X-X-X-X-

DIA 03- DOMINGO
16:30 HORAS- REABERTURA DAS BARRACAS
17:00 HORAS- GAROTOS DO SAMBA
19:00 HORAS- APRESENTAÇÃO DE GRUPOS FOLCLÓRICOS
20:00 HORAS- SHOW COM LAION

PUBLICAÇÃO DO PADRE ZDZISLAW MALCZEWISKI

Comemoração dos 80 anos da imigração polonesa em Águia Branca

Zdzislaw MALCZEWSKI SChr

No dia 1 de maio de 2009, na cidade de Águia Branca, Estado do Espírito Santo, inciaram-se as solenes comemorações dos 80 anos da colonização polonesa naquela belíssima região do Brasil. Na noite desse dia, na praça defronte à Casa Polonesa, deu-se a inauguração dos festejos desse importante aniversário, não apenas para a coletividade polônica, mas também para toda a população do município. A Casa Polonesa apresentava-se belamente iluminada e decorada. No seu balcão tremulavam as bandeiras do Brasil, da Polônia, do estado do Espírito Santo e do município de Águia Branca. No extenso pátio frontal à Casa Polonesa foram instaladas grandes tendas, dentro das quais havia quiosques com iguarias típicas polonesas, que os descendentes dos imigrantes prepararam com muito carinho e devotamento. A decoração das tendas, da mesma forma que a da Casa Polonesa, aludia com as suas cores às cores nacionais polonesas. Em volta dos quiosques com comidas e bebidas, circulavam grupos de pessoas interessadas pela culinária polonesa. Junto às mesas sentavam-se grupos de famílias ou de amigos, num estilo tipicamente brasileiro: conversando em voz alta e saboreando as delícias da culinária polonesa.
Entre os participantes da festa encontrava-se também o cônsul polonês em São Paulo, Sr. Jacek Ogrodzki. Desde que o Ministério das Relações Exteriores da Polônia fechou o consulado geral no Rio de Janeiro, o estado do Espírito Santo passou à competência do consulado geral de São Paulo. Igualmente participou da festa um grupo de padres da Sociedade de Cristo e alguns intelectuais poloneses e polônicos que vieram a Águia Branca para participar de um simpósio científico programado para o dia 2 de maio.
A abertura oficial e solene das comemorações realizou-se de acordo com o costume tipicamente brasileiro: foram chamadas nominalmente algumas pessoas selecionadas para que se dirigissem até um pódio localizado sob uma grande tenda. Assim, foram convidados: o prefeito municipal Sr. Ângelo Antônio Corteleti, o presidente da Associação Polonesa Áuia Branca Sr. José Carlos Kubit, todos os sacerdotes da Sociedade de Cristo presentes (o pároco Pe. Zbigniew Czerniak e os padres Alceu Zembruski – vice-provincial, João Flig, Aloísio Laimann e Zdzislaw Malczewski), o cônsul polonês vindo de São Paulo, os intelectuais poloneses e polônicos convidados para o simpóstio Brasil-Polônia, além de outras pessoas influentes. Dentre os presentes no pódio, foram convidados para tomar a palavra: o prefeito municipal, o organizador do simpósio – pe. Zdzislaw Malczewski SChr e a secretária da Associação Polonesa – Aline Kordas Aguilar. A seguir, acompanhando a animada execução da canção festiva polonesa Sto lat, um grupo de crianças – dos mais jovens membros do conjunto folclórico Águia Branca – apresentou um arranjo adequadamente preparado para essa festiva música polonesa. Naquela mesma noite realizou-se a apresentação de danças do folclore polonês (a cargo do grupo folclórico de Águia Branca) e italiano (apresentado por um grupo folclórico de Nova Venécia, cidade situada nas proximidades de Águia Branca). Depois, até altas horas da noite ecoou pela cidade a música executada por um conjunto que apresentou peças da moderna canção brasileira. O clima da festa, o consumo dos pratos polônicos e de refrigerantes, as conversas em voz alta – em que se faziam ouvir as línguas portuguesa e polonesa – estenderam-se por várias horas, porque ninguém se demonstrava apressado em voltar para casa.

No segundo dia da festa, no auditório de uma das escolas locais realizou-se o Simpósio Brasil-Polônia. Da mesma forma que no dia anterior, também para a inauguração do simpósio foram convidadas nominalmente pessoas selecionadas para ocuparem a mesa da presidência. Após a execução do hino municipal, ocorreu a abertura do simpósio. Em nome das autoridades administrativas locais discursou o prefeito municipal Sr. Ângelo Antônio Corteleti. A seguir o Pe. Zdzislaw Malczewski SChr falou em nome dos organizadores do simpósio. Em breves palavras ele esboçou a origem da ideia que levou à organização desse singular evento que devia realizar-se nessa pequena cidade brasileira. A iniciativa partiu no início do ano passado do Pe. Zbigniew Czerniak SChr – responsável pela paróquia local de S. José – e do Sr. Luiz Carlos Fedeszyn – líder polônico de Águia Branca. O Pe. Zdzislaw assumiu a organização desse evento. Estabeleceu contato com intelectuais poloneses e polônicos, que de bom grado aceitaram o convite para a apresentação de temas adequados.
Na sua fala o Pe. Zdzislaw apresentou às mais de cem pessoas presentes (na maioria jovens) o motivo condutor do simpósio: os 140 anos da imigração polonesa no Brasil, os 80 anos da colonização polonesa em Águia Branca e o presente ano dedicado ao Servo de Deus Pe. Inácio Posadzy SChr. Este ano dedicado ao Padre Inácio tem uma significado especial justamente aqui no Brasil, para a coletividade polônica de Águia Branca, onde esse sacerdote prestou assistência aos nossos imigrantes no difícil período inicial da sua vida de emigrados. A seguir o Pe. Zdzislaw apresentou o programa do simpósio, que foi elaborado de forma que, através do panorama dos 140 anos da imigração polonesa no Brasil e de outras questões relacionadas com a problemática imigratória e a identidade, fosse possível apresentar a atual realidade da coletividade polônica em Águia Branca.
O tema do simpósio era: “Os poloneses no Brasil: heranças e desafios”. Eis o programa da primeira parte do simpósio:
Moderador: Prof. Dr. Henryk Siewierski – Universidade de Brasília;
Prof. Ms. Mariano Kawka – Centro Universitário Uniandrade – Curitiba: A imigração polonesa no Brasil – 140 anos;
Profª Drª Cláudia Regina Kawka Martins – Colégio Militar de Curitiba: O Brasil apresentado aos emigrantes/imigrantes poloneses;
Prof. Dr. Henryk Siewierski – Universidade de Brasília: Polônia e Brasil: laços históricos e culturais.
Terminada a apresentação das três comunicações, realizou-se uma discussão aberta, presidida pelo moderador.
Após o intervalo para o almoço realizou-se a segunda parte do simpósio:
Moderador: Prof. Ms. Mariano Kawka;
Prof. Dr. Tadeusz Paleczny – Universidade Jagiellônica de Cracóvia: O caso brasileiro: processo de formação nacional ou fenômenos de latino-americanização?;
Pe. Dr. Zdzislaw Malczewski SChr – redator da revista Projeções – Revista de estudos polono-brasileiros – Curitiba: Os polônicos em Águia Branca atualmente: análise de uma pesquisa.
No final do simpósio, em companhia do pároco local entrou no auditório o bispo Dom Zanoni Demettino Castro, ordinário da diocese de São Mateus. Juntando-se às pessoas que tomaram a voz na discussão, falou também o mencionado hierarca, que estimulou os presentes à preservação da cultura, à busca e à manutenção da própria idetidade étnica. Fez referências muito simpáticas aos imigrantes poloneses e aos seus descendentes. No final, cantou em bom polonês o Sto lat. Ele aprendeu essa canção festiva polonesa no seminário em Brasília, onde foi seu professor de canto o talentoso músico Pe. Francisco Wolczanski. Em conversa particular comigo, o bispo fez referências elogiosas a esse missionário polonês já falecido.
Após a apresentação das duas comunicações, realizou-se também uma interessante e rica discussão, coordenada pelo moderador. Merece registro ainda a presença, entre os participantes do simpósio, de Adão Czartoryski – cônsul honorário da Polônia em Vitória, capital do Espírito Santo. O cônsul Czartoryski sempre participa dos eventos polônicos em Águia Branca e lhes empresta o seu apoio.
O encerramento do simpósio coube ao representante da comunidade polônica local, o Sr. Luiz Carlos Fedeszyn.

Nesse mesmo dia, às 18 horas, iniciou-se na igreja paroquial a solene missa concelebrada, presidida por Dom Zanoni Demettino Castro, ordinário da diocese local. No início da Eucaristia falou aos presentes o pároco local, aos quais dirigiu uma cordial saudação. A seguir o Pe. Alceu Zembruski SChr – vice-provincial da Sociedade de Cristo no Brasil – leu uma carta do Pe. Tomás Sielicki SChr, superior geral da Sociedade de Cristo, escrita para essa ocasião em Poznan, na Polônia, e dirigida aos fiéis de Águia Branca, por ocasião dos festejos dos 80 anos da colonização polonesa nessa região do Brasil, com o seguinte teor:

Poznan, 01 de maio de 2009.

Caros irmãos e irmãs reunidos em Águia Branca!

Com grande alegria recebo a informação sobre as comemorações dos 80 anos da colonização polonesa em Águia Branca e sobre o Simpósio com a participação de eminentes convidados, organizado especialmente nessa ocasião. Da distante terra pátria que nestes dias floresce com as mais belas flores da primavera, ligo-me espiritualmente com vocês agradecendo a Deus pela sua Providência, com a qual, durante todos esses anos – difíceis, dolorosos, mas tambem cheios de realizações – envolveu seus filhos, que no hospitaleiro Brasil buscaram um destino melhor e que desde o início sabiam que os empenhos por uma vida material melhor devem vir acompanhados da bênção divina, porque sem ela todo o esforço sera inútil. Foi essa uma das razões por que os bispos poloneses recebiam cartas pedindo que fossem enviados sacerdotes que, da mesma forma que na Polônia, pudessem conduzir os fiéis pela oração, apontassem para o objetivo final da vida, ministrassem os sacramentos, bem como o consolo e a força com eles relacionados. Foi ali, durante as várias semanas da sua permanência nos anos 1929 e 1930/31, que o Servo de Deus Padre Inácio Posadzy foi preparado espiritualmente para o seu papel de Cofundador da Sociedade de Cristo, com a sua missão específica e concreta de servir aos poloneses no estrangeiro e ajudar-lhes a preservar a heranca de fé e de cultura moldada pelo Evangelho durante todo o milênio, desde o batismo de Mieszko no ano de 966.
A minha ligação com vocês, pelo espírito e pela oração se torna tanto mais fácil para mim porque ha apenas cinco meses tive a ocasião e o privilégio de ser recebido pela comunidade de vocês, de apreciar as paisagens fascinantes e extraordinariamente belas e de encontrar-me em São Mateus com o seu bispo Dom Zanoni, bem como com o seu predecessor Dom Aldo, e de familiarizar-me com o dedicado trabalho do pastor de vocês padre Zbigniew Czerniak, de visitar a impressionante exposição na Casa Polonesa que atua ha três anos graças ao apoio do governo e da sociedade da velha Pátria, de rezar no cemitério polonês, que se tornou para vocês um lugar tão especial e valioso, que lembra a identidade e as raizes de vocês.
Que este encontro comemorativo de vocês todos enriqueça tanto os habitantes de Águia Branca como os convidados que compareceram, e que forneça a sabedoria e o entusiasmo para buscar nas experiências do passado a força e a esperança de uma visão confiante no futuro, sempre com fé e confiança no bondoso e bom Deus, a quem adoraram e cuja ajuda invocaram os antepassados de vocês. Que a Santíssima Mãe Maria, rainha da Polônia e Senhora que contempla a terra brasileira do seu trono em Aparecida, alcance para vocês e para suas famílias todas as bençãos necessárias.
Padre Tomasz Sielicki SChr - Superior Geral

Os fiéis participaram com profunda vivência e engajamento da Liturgia, rica em simbolismo. Os cânticos foram entoados em polonês e português. O mencionado hierarca brasileiro, bispo de S. Mateus, pronunciou o sermão festivo. Falou com afeto e muita simpatia a respeito da colonização polonesa, bem como estimulou a todos à preservação da cultura étnica e brasileira. Em seu discurso o bispo procurou sensibilizar os fiéis à necessidade de aprofundar a identidade pessoal. Graças a isso a pessoa conhece o seu valor e é capaz de tratar com respeito o seu semelhante. No final da santa missa, todos os presentes, no santuário reformado com beleza e gosto, cantaram com uma animação tipicamente brasileira o Sto lat. O bispo Zanoni Demettino Castro proporcionou uma grande surpresa, tanto aos polônicos presentes como aos fiéis de outra origem étnica, quando cantou solo em polonês essa canção! Os entusiásticos aplausos traduziram a resposta dos presentes ao amável e simpático gesto do pastor da diocese. Antes da bênção o Pe. Zbigniew Czerniak SChr informou aos fiéis que na saída da igreja seriam distribuídos santinhos com a fotografia do Servo de Deus Padre Inácio Posadzy e uma oração em língua portuguesa pedindo a Deus graças especiais pela sua intercessão. Para essa ocasião o pároco mandou imprimir 5 mil santinhos. Trata-se de uma iniciativa digna de elogio e imitação para nós, sacerdotes da Sociedade de Cristo, filhos espirituais do Padre Posadzy.
Após a missa, no centro pastoral da paróquia realizou-se um jantar, para o qual foi convidado o bispo ordinário da diocese de São Mateus, os padres presentes, os intelectuais que apresentaram as suas comunicações durante o simpósio, o prefeito municipal com sua esposa, o promotor de justiça e representantes da comunidade polônica local.
Após o jantar, já na casa paroquial, reuniram-se com o bispo os religiosos e os inteletuais para uma longa e cordial conversa acompanhada de um cálice de vinho. Posteriormente todos se dirigiram até a Casa Polonesa para se integrarem à festa. Diante dos nossos olhos apresentou-se uma grande multidão de gente, que não apenas da cidade e da região vizinha, mas também de cidades distantes, tinha vindo para essa grande celebração polônica em Águia Branca. A música, os pratos poloneses servidos, as bebidas, e, sobretudo, o encontro de pessoas de variada origem étnica contribuíram para essa bela e especial confraternização. Entre os presentes, a maioria era constituída pela bela e sorridente juventude.
No domingo à noite – até altas horas da noite – prosseguiram os festejos no pátio frontal à Casa Polonesa.

Durante os três dias da comemoração dos 80 anos da colonização polonesa em Águia Branca a Casa Polonesa permaneceu aberta aos visitantes, vindos de muitas partes do Brasil. Ao folhear o livro de registro dos visitantes, percebi que o número de assinados, com o fornecimento do seu lugar de origem, aproximava-se de 10 mil! Isso significa que anualmente a Casa Polonesa recebe a visita de mais de 3 mil pessoas! Essa Casa é um lugar especial. Não é apenas o cartão de visita de Águia Branca, mas é sobretudo um centro que promove a cultura polonesa e preserva a memória dos pioneiros poloneses que colonizaram aquela região. Dentro da Casa Polonesa ocupa um lugar especial o Museu do Imigrante Polonês. Graças aos objetos ali expostos, o visitante pode familiarizar-se com a história da imigração polonesa nesse belíssimo recanto do estado do Espírito Santo.
Fazendo uma síntese das comemorações eficientemente organizadas dos 80 anos da colonização polonesa em Águia Branca, eu gostaria de enfatizar o que mais tocou o meu coração. Eis que a dinâmica coletividade polônica local conta não apenas com o apoio dos seus pastores poloneses da Sociedade de Cristo, mas também – o que é algo muito valioso e digno de ênfase – das autoridades administrativas locais, de diversas instituições e organizações. Nas variadas tarefas e serviços prestados durante os três dias da celebração polônica envolveram-se de bom grado e com entusiasmo brasileiros de variada origem étnica. Dessa forma, a festa polônica em Águia Branca foi uma festa de toda a coletividade local! Oxalá essas manifestações de espírito de comunidade e de congraçamento multiétnico sejam cada vez mais numerosas dentro dessa aberta, hospitaleira e cordial Nação Brasileira!

Águia Branca, 3 de maio de 2009, na solenidade de Nossa Senhora Rainha da Polônia e na data em que o Brasil comemora o Dia do Imigrante Polonês.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

POLONESES EM ÁGUIA BRANCA

A imigração polonesa em Águia Branca teve inicio em 1929.